Doria e Alckmin estudam aumento nas tarifas de transporte para 2018

Tarifas ficaram congeladas em 2017. Créditos: Tiago Queiroz/Estadão

Tarifas serão reajustadas após estudo compartilhado entre Prefeitura e Governo do Estado. Ainda não há informações do percentual do possível aumento

Tarifas ficaram congeladas em 2017. Créditos: Tiago Queiroz/Estadão

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta terça-feira (12) que estuda reajustar a passagem de ônibus em 2018. Segundo o tucano, a decisão será tomada em conjunto com o governo do estado.

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) também afirmou que estuda “possibilidades sobre o reajuste da tarifa” de Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para o ano que vem. Atualmente, as tarifas de ônibus, trem e metrô custam R$ 3,80.

“Não temos nenhuma decisão ainda. Há um grupo de trabalho formado para estudar a questão da tarifa e depois vamos conversar também com o governo do estado”, disse Doria durante cerimônia da entrega de 1.016 ônibus novos neste ano. “Nenhuma decisão será tomada isoladamente pela Prefeitura. A decisão será compartilhada com o governo do estado e não há nenhuma decisão ainda nesse sentido.”

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Ainda não há informações do percentual de reajuste que as passagens devem ter nem qual o valor final da tarifa.

Segundo o secretário municipal de Transportes e Mobilidade, Sérgio Avelleda, um possível reajuste irá “manter o equilíbrio do sistema”. “A Comissão está estudando os números macroeconômicos, a econometria do sistema de ônibus com as alternativas.”

O secretário acrescentou que não existe a mínima possibilidade de romper com a tarifa de integração com Metrô e a CPTM. “Essa é uma política que veio para ficar e necessária para a população que uso o transporte público, fundamental.”

A Comissão municipal que estuda o reajuste das passagens é formada pelos secretários Sérgio Avelleda, Caio Megale (Fazenda) e Julio Semeghini (Governo).

Promessa de campanha

O aumento na tarifa do transporte público de São Paulo é geralmente combinado entre a Prefeitura e o governo estadual para que aconteça na mesma data e nos mesmos valores para ônibus, metrô e trens.

Desde os protestos de junho de 2013 contra um aumento de R$ 0,20 na tarifa, promovidos principalmente por estudantes, as autoridades paulistas não dão pistas sobre os reajustes até o final de dezembro de cada ano, quando o anúncio ocorre no meio do período de festas.

Em 2014, por exemplo, a gestão Fernando Haddad (PT) anunciou o reajuste da tarifa de R$ 3 para R$ 3,50 no dia 26 de dezembro. Três dias depois, o governo de São Paulo confirmou o aumento também para o transporte sobre trilhos, e o novo preço entrou em vigor em 6 de janeiro.

Em 2015, o anúncio foi feito no dia 30 de dezembro pela prefeitura e pelo governo de São Paulo. O valor de R$ 3,80 passou a valer em 9 de janeiro de 2016.

Em 2017, não houve reajuste da tarifa do transporte público em São Paulo, conforme promessa de campanha feita por Doria no ano anterior. A medida acabou gerando um desgaste político com o governo do estado, que também decidiu congelar o aumento no início do ano. Houve, porém, aumento no valor da integração, aplicado em abril.

O subsídio com o transporte da tarifa de ônibus neste ano foi de R$ 2,9 bilhões. O Orçamento inicial previsto era de R$ 2,3 bilhões e caiu para R$ 2,1 bilhões. Com isso, os cofres públicos municipais ficaram com um rombo.

Nova Licitação

O secretário municipal de Transportes e Mobilidade, Sérgio Avelleda, também comentou que irá publicar na próxima semana a licitação do novo sistema de ônibus de São Paulo. “Esse novo sistema será inspirado nos valores de qualidade, confiabilidade e eficiência”, disse.

De acordo com ele, a nova licitação os contratos com as empresas de ônibus passam de 20 para 15 anos de duração.

“Nós estamos encaminhando para o gabinete do prefeito, isso já está em trâmite na Secretaria de Governo, um projeto de lei alterando a legislação municipal para fixar em 15 anos”, afirmou.

Fonte: G1