Prefeitura anuncia fechamento de AMAs e outras mudanças na saúde

As AMAs da Capital vão acabar e pacientes reclamam. Reprodução

Serviço ambulatorial será absorvido pelas Unidades Básicas de Saúde. Casos graves devem ser atendidos em hospitais

 

As AMAs da Capital vão acabar e pacientes reclamam. Reprodução

 

G1 – São Paulo – A Prefeitura de São Paulo anunciou que irá reorganizar o sistema de saúde municipal. Entre as mudanças está o fechamento das 108 Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), que serão absorvidas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Dessa forma, as UBSs vão fazer pronto atendimento de baixa complexidade, o que é feito hoje pelas AMAs. As mudanças devem ser feitas ao longo do ano.

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O que muda:

AMAs

  • Unidades serão fechadas. Serviço será absorvido pelas UBSs.

UBSs

  • Consultas de rotina agendadas;
  • Tratamento de doenças crônicas (hipertensão, diabetes etc.);
  • Pronto Atendimento de baixa complexidade.

UPAs

  • Plantões médicos;
  • Emergências de média complexidade (fraturas, por exemplo);
  • Atendimento de UBSs (quando estas estiverem fechadas).

Casos graves devem ser atendidos em hospitais.

UBSs

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a base do atendimento será toda feita pelo Programa Saúde da Família. As consultas de rotina vão ser feitas nas UBSs da região onde o paciente mora.

Lá, ele e a família vão ser atendidos por médicos generalistas, que vão acompanhar essas pessoas ao longo dos anos. Esses profissionais vão avaliar os pacientes e encaminhá-los para especialistas, como ginecologistas, ortopedistas.

“Hoje nós temos 1.200 equipes de saúde da família. Nós aumentamos mais 250 agora até o meio do ano. E até o final do ano, mais 200”, disse o secretário da Saúde, Wilson Polara. “Com isso, nós vamos cobrir praticamente 100% da população com equipe de saúde da família, que é composta não só pelo médico, mas por 10 pessoas: um médico, três enfermeiros e seis agentes comunitários da saúde.”

As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) devem ser procuradas quando as UBSs estiverem fechadas ou quando a urgência for de média complexidade, como uma fratura, por exemplo. Ir para o hospital só em casos graves.

Para Ana Maria Malik, especialista em Gestão em Saúde e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o programa de saúde da família deve ser a base do atendimento. Ela alerta, porém, que uma mudança como essa precisa ser muito bem explicada. “Você precisa combinar com o médico, com o enfermeiro, com o fisioterapeuta, com os profissionais técnicos, com os gestores das unidades. Porque, se não combinar com ele e entre eles, o cidadão não será atendido.”

O secretário da Saúde diz que os pacientes não precisam se preocupar. “A população não ficará nem um dia sem atendimento.”