O Leste Online conta a história dos bairros da Zona Leste de São Paulo. Guaianases um dos mais tradicionais é o primeiro desta série
O nome da região teve origem no povo indígena Guaianás, que habitava a região, porém, por volta de 1820 esses índios já estavam extintos e a terra encontrava-se em mãos de particulares.
No Vale do Ribeirão Lajeado, em terras da família Bueno, onde hoje se encontra o Cemitério Lajeado, existia uma pousada e uma capela construída para receber os viajantes que atravessavam a região.
A Capela de Santa Cruz do Lajeado, edificada por determinação do Sr. Manoel Joaquim Alves Bueno, foi inaugurada no dia 3 de maio de 1861. Em torno dela, o povoado de Guaianases desenvolveu-se, e por isso, a data representa o início do bairro.
A partir de 6 de novembro de 1857 a área em torno da capela passou a ser designada de Lajeado Velho e o entorno da Estação Ferroviária foi chamado de Lajeado Novo. Neste último núcleo de povoamento construiu-se, ao final do século 19, a Capela Santa Cruz. A primitiva Capela de Santa Cruz do Lajeado teve sua padroeira trocada para Santa Quitéria, a fim de que esta capela não fosse confundida com a capela do Lajeado Novo.
Com a instalação de olarias na região e com a chegada da Estrada de Ferro Norte, o bairro encontrou algum desenvolvimento por volta de 1920. Também vieram os imigrantes italianos, estabelecendo-se como comerciantes, fabricantes de vinho e de tachos de cobre, ferreiros e carpinteiros.
O bairro recebeu o nome oficial de Guaianases em 24 de dezembro de 1948. Em 1950 a população de Guaianases ultrapassava 10 mil habitantes, porém, o local foi denominado bairro-dormitório, pelo seu baixo número de indústrias. Nessa época a ligação com o centro da cidade dava-se através de uma Maria Fumaça, que perdeu seu lugar para os trens elétricos a partir de 1958.
O crescimento desordenado do bairro, alavancado, principalmente a partir de 1940 com a intensificação das migrações, permitiu a ocupação de áreas de manancial e de regiões sujeitas a enchentes e de alto risco para o estabelecimento de moradias.
Guaianases, no extremo leste de São Paulo, já foi apontado como um dos bairros mais precários da cidade, ao lado de Jardim Ângela, Grajaú, Pedreira, Jardim São Luís e Jardim Helena.
Esses dados são alavancados, pois, nesse período, o distrito de Cidade Tiradentes ainda fazia parte da subprefeitura de Guaianases. Então, o distrito agrupava toda essa região também, conhecida como uma das mais carentes da cidade. Uma região que, por muitos anos, fora esquecida pelas autoridades, com muitas favelas e bairros periféricos.
Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), no ano 2010, 60,2% dos chefes de família do distrito recebiam, no máximo, três salários-mínimos. Mais de 15% dos 400 mil moradores viviam em regiões invadidas (favelas), número mais alto que o município como um todo: 11%.
A taxa de analfabetismo é de 7,7% quando a média da cidade é de 4,88% e as taxas de defasagem escolar também são altas, muito embora não faltem vagas nas escolas municipais da região, segundo a subprefeitura.
As favelas representam um caso mais complexo. A maioria das ocupações irregulares data de décadas atrás e boa parte das moradias já é de alvenaria. A solução seria, de acordo com a subprefeitura local, regularizar os espaços, especialmente no extremo do Jardim São Paulo, Fazenda Santa Etelvina e Passagem Funda.
Educação e transporte
O distrito conta com o Centro Educacional Unificado (CEU) Jambeiro, que possui três quadras poliesportivas, dois campos de futebol e três piscinas, além de telecentro e biblioteca, o CEU se transforma em um clube nos finais de semana, e reúne até mil pessoas nos finais de semana mais quentes. O centro oferece, ainda, uma extensa programação cultural, com filmes, shows de música, teatro e campanhas de saúde voltadas à comunidade.
No CEU, estudam mais de dois mil alunos, do ensino infantil até a 8ª série do ensino fundamental. Deste total, 260 estudam em período integral. No tempo extra em que ficam no colégio, os estudantes têm aulas de informática, xadrez e dança, entre outros.
O Distrito de Guaianases ainda conta com várias escolas das redes pública e privada, como, por exemplo, a escola técnica estadual Guaianases.
É servido pela linha 11 da CPTM, que dá acesso ao Centro da Capital e aos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano e Mogi das Cruzes. Além disso, é servido por linhas municipais e intermunicipais de ônibus. As principais vias que ligam o bairro ao centro da cidade são o Corredor Guaianases-Marginal e a Avenida Radial Leste.
Fontes: Prefeitura de São Paulo / Wikipédia