O prejuízo de R$ 50 mil é só com comandas que não foram pagas. “Nossa prioridade quando começou a briga foi a integridade das pessoas, por isso liberamos a porta e muitos saíram sem pagar” – afirma o dono do bar
Agora São Paulo
SÃO PAULO — Uma briga generalizada envolvendo centenas de pessoas em um bar no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, provocou ao menos R$ 50 mil em prejuízos ao estabelecimento. A confusão ocorreu por volta das 23h da última terça-feira (28). Cadeiras foram usadas contra vítimas e atiradas sobre mesas do do local, segundo vídeos feitos com celular e que viralizaram nas redes sociais.
Pedro Filho, dono do bar, afirmou ao Agora que administra o estabelecimento há cerca de seis anos e nunca havia ocorrido algo parecido no local. O prejuízo de R$ 50 mil é só com comandas que não foram pagas. “Nossa prioridade quando começou a briga foi a integridade das pessoas, por isso liberamos a porta e muitos saíram sem pagar”, afirmou.
Ele afirmou que, assim que começou a confusão, os 12 seguranças do bar tentaram intervir, mas como a briga se generalizou, com um público estimado em 600 pessoas no local, “foi impossível conter os ânimos”.
“Nem segurança, nem a polícia, acho que só a tropa de choque conseguiria dispersar a briga pela dimensão que ela tomou”, afirmou.
O empresário disse desconhecer o que teria motivado a violência, acrescentando que ainda vai calcular os prejuízos com utensílios e móveis quebrados. Da mesma forma, também avalia se irá registrar um boletim de ocorrência.
Uma cirurgiã dentista compartilhou um vídeo, em uma rede social, afirmando ter sido ferida na confusão, que começou, segundo ela, após uma mulher, sem motivo aparente, partir para cima dela.
A mulher afirma ter saído direto do trabalho para o bar, onde comemorava um aniversário. No local, todos pagaram para comer e beber à vontade, com preço fechado.
“Chegamos em família, conversando, rindo, cantando, dançando. Aí, do nada, começou uma discussão perto da nossa mesa. Funcionários viram e fingiram que nada acontecia, da mesma forma que os seguranças. Aí quando vi, uma mulher veio para cima de mim”, afirmou a dentista, no vídeo compartilhado na internet.
Por causa da investida contra a ela, o namorado dela interveio, colocando-a para trás dele. Foi neste momento, segundo a dentista, que a briga generalizada começou.
“Foi um monte de caras para cima dele [namorado dela], quebrando garrafas de cerveja. Foi uma violência gigantesca e nós nada fizemos [para provocá-la]”, disse a mulher, acrescentando que iria “tomar as medidas cabíveis” sobre o caso, mas sem especificá-las.
Ela publicou uma foto em sua rede social mostrando sua camiseta branca manchada com sangue.
Vídeos enviados à reportagem mostram inúmeras pessoas brigando, inclusive usando cadeiras, e jogando os mesmos objetos sobre as mesas do estabelecimento. Em um trecho, é possível ver uma mulher se atirando sobre um homem, que depois levanta atordoado.
Em outro momento do vídeo, dois homens, cada um segurando uma cadeira, usam os móveis para agredir outras pessoas. É possível ver nos registros algumas pessoas tentando impedir, em vão, a violência. Gritos e sons de vidro quebrados também podem ser ouvidos nas gravações.
Uma auxiliar de escritório de 18 anos, que afirmou ter presenciado toda a violência, disse ao Agora que havia crianças no local. “Fui comemorar a formatura da minha melhor amiga, com ela, o namorado e a irmã dela”, disse, acrescentando que a celebração acabou após o início da briga. A jovem afirmou não ter se ferido, pois estava sentada com os amigos em uma área externa.
A Polícia Militar disse nesta quinta-feira (30), por meio de sua assessoria de imprensa, ter sido acionada para atender a ocorrência, por volta das 23h50. Quando agentes chegaram ao local, porém, os envolvidos no caso já não estavam mais lá.
Apesar disso, os agentes relataram o ocorrido, por meio de um relatório, enviado ao 31º DP (Vila Carrão). O distrito aguarda o comparecimento dos responsáveis pelo bar, e de eventuais vítimas e testemunhas, para formalizar uma provável denúncia.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou não ter localizado o registro de nenhum boletim de ocorrência sobre o caso.