Consulta pública termina nesta segunda-feira (5). Proposta tem causado dúvidas em quem utiliza os ônibus diariamente na cidade
G1
São Paulo
A licitação do transporte público na cidade de São Paulo, cujo período de consulta pública termina nesta segunda-feira (5), tem causado dúvidas em quem utiliza os ônibus diariamente na capital paulista.
A proposta atual da gestão João Doria (PSDB) é fazer os coletivos chegarem a mais lugares e ampliar o número de assentos nos ônibus. As mudanças, que incluem alterações de itinerários e unificação de rotas, porém, diminuirão em 149 o número de linhas que circulam pela cidade (veja lista de mudanças nos itinerários divulgados pela SPTrans em seu site oficial).
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As mudanças nas linhas são a maior preocupação da população, de acordo com a Prefeitura. Segundo documento publicado pela gestão, 92% dos questionamentos recebidos até o dia 28 de fevereiro se referiam a essas alterações.
Confira abaixo o que se sabe sobre o tema:
O que é a licitação?
A licitação vai escolher quais empresas prestarão os serviços de ônibus na cidade. A proposta inclui também a reformulação do desenho das linhas, a forma de remuneração das empresas (até o momento, a Prefeitura paga às companhias por passageiro transportado) e outras obrigações, como a renovação da frota.
Por que a licitação está sendo discutida agora?
A nova contratação vai mudar o atual serviço de ônibus, contratado em 2003, na gestão Marta Suplicy. Os acordos com as empresas venceram em 2013 e vêm sendo renovados anualmente em razão de problemas enfrentados pela administração para efetivar a nova contratação.
Como as linhas serão divididas pela cidade?
A Prefeitura quer aumentar o número de contratos com empresas de ônibus, passando de 22 para 29. Isso ampliaria a área de cobertura, alcançando ruas e avenidas que antes não tinham coletivos. O número de linhas e de veículos operando, no entanto, deve cair.
A forma de distribuição das linhas também mudaria, com ônibus menores circulando dentro dos bairros, coletivos intermediários ligando os bairros aos corredores e ônibus maiores (como os articulados) operando em corredores.
A cidade vai ter menos linhas de ônibus?
Sim. Apesar de parecer contraditório, a Prefeitura promete ampliar o atendimento à população diminuindo o número de linhas em circulação: de 1.336, a cidade passaria a ter 1.187 linhas, 149 a menos.
Ao todo, apenas 44 novas linhas serão criadas. Da rede atual, 260 linhas serão unificadas, 710 mantidas e 283 divididas ou alteradas.
A cidade vai ter menos ônibus circulando, segundo a proposta?
Sim. A gestão Doria afirma que vai tornar o serviço melhor, mesmo com uma quantidade menor de ônibus circulando nas ruas. A frota vai cair de 13.603 para 12.667 veículos, se a atual proposta for mantida.
Apesar disso, a Prefeitura afirma que o aumento do porte da frota irá ampliar a oferta média de lugares (assentos + pessoas em pé) por veículo, subindo de 66 atualmente para 90. A proposta quer ampliar o número de lugares em toda a frota de ônibus de 1,033 milhão para 1,135 milhão.
A proposta de edital também prevê que o serviço Atende, do transporte de pessoas com necessidade especiais, passe a contar com 500 veículos. Atualmente são 428 disponíveis.
Os trajetos das linhas vão sofrer alteração?
Sim. São Paulo tem, hoje, 17 mil km de vias, dos quais 4.860 km contam com serviço de ônibus. Com a alteração dos itinerários, a previsão é que a cobertura suba para 5.100 km, segundo declarações do secretário de Transportes, Sérgio Avelleda, dadas em dezembro (veja as possíveis mudanças no site da SPTrans).
Quando o edital deve ser publicado e quando ele entra em vigor?
A reportagem entrou em contato com a SPTrans para saber qual é a previsão de publicação do texto final do edital, após análise das críticas e sugestões da consulta pública, mas não obteve resposta.
Uma vez licitada, a implantação será gradual, segundo a Secretaria de Municipal de Mobilidade e Transportes.
A licitação prevê que os novos contratos durem ao menos 15 anos.