Nível da água das enchentes reduziu, mas estragos provocados pelas chuvas ainda é sentido pela população nesta segunda-feira (11) na Vila Itaim
Atualizado às: 10:39
SÃO PAULO, 11 fev (G1) – Uma semana após alagamentos, moradores do bairro da Vila Itaim, na Zona Leste de São Paulo, ainda enfrentam os estragos provocados pelo temporal que atingiu a região no início da semana passada.
A chuva fez o nível da água do Rio Tietê subir e transbordar, einundou diversas vias do bairro.
Na manhã desta segunda-feira (11), com o nível da água mais baixo, os carros conseguiam transitar pelas vias, mas ainda era necessário desviar de poças gigantes e ter muito cuidado com água suja parada acumulada. Moradores usavam rodos para tentar tirar a água, que permanecia na porta das casas.
Nesta quinta (7), a Prefeitura começou a usar caminhões para drenar a água nas ruas.
Durante sete dias, na Avenida Brás da Rocha Cardoso, próximo à Estação Itaim Paulista, da Linha 12–Safira da CPTM, pais e mães buscavam alternativas para proteger as crianças do risco de contaminação.
Para atravessar a água barrenta, suja e conseguir levar a filha à escola, Fernanda cobriu os sapatos de Vitória, de 9 anos, com sacos plásticos. Ainda há carros ilhados e presos nos alagamentos.
“Todo ano é assim, todo ano alaga. Muda de prefeito, de presidente, e eles não olham para a gente. Está cada vez pior. Nós trabalhamos para conseguir as coisas, entra água na nossa casa e perdemos tudo”, afirma a moradora, que vive na região desde a infância.
A Vila Itaim fica na várzea do Tietê, que enche naturalmente quando o nível do rio sobe muito.
A solução para as enchentes aqui foi anunciada pela primeira vez em 2010: um pôlder, composto por diques, reservatório e bombas. Esses sistema isola a água e guarda o volume coletado no reservatório.
Mas somente em 2016 o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) publicou que começaria a obra em 90 dias, com conclusão em 16 meses.
Deveria ter sido entregue em maio do ano passado, mas ainda falta construir metade do projeto.
“É só promessa na vida dos pobres. Os ricos cada vez ficando mais ricos, e o pobre mais se lascando, essa é a realidade”, afirma Evanilda Gomes.