Crimes violentos assustam moradores da Vila Prudente

Assalto Vila Prudente - Leste Online
Mãe e filha foram assaltadas no bairro. Idosa foi arrastada pelo carro, bateu a cabeça e faleceu — Imagem: Reprodução/RecordTV

Dois crimes violentos, entre eles a morte de uma idosa, e uma sequência de roubos e furtos foram registrados na região neste ano

R7


SÃO PAULO — Moradores da Vila Prudente, na Zona Leste da cidade de São Paulo, estão assustados depois que dois crimes violentos e uma sequência de roubos e furtos foram registrados na região neste ano. Em um deles, a dona de casa Julieta Longhe, de 88 anos, morreu ao ser arrastada no carro roubado pelos bandidos no dia 30 de janeiro. Após a tragédia, a Polícia Militar intensificou a ação na região, com mais 30 policiais nas ruas além do efetivo tradicional.

A filha caçula conta que sempre segurava o braço da mãe por causa do problema que a senhora tinha no joelho direito. A caminhada era lenta, mas prazerosa para as duas — a caçula era a mais próxima dos cinco filhos que restaram depois de 11 nascimentos. Foi desse jeito que elas saíram da festa de aniversário-surpresa para uma das irmãs, em 30 de janeiro.



Cuidado maior ainda havia na hora de entrar no carro, como atestam as câmeras de um dos prédios da rua General Bagnuolo, na Vila Prudente. Todos os cuidados — acentuados durante os dois anos de pandemia com álcool em gel em tudo e restrições para sair de casa — foram interrompidos quando quatro homens se aproximaram para roubar o carro. Eram 17h45, como registram as câmeras de TV. A filha resiste e luta com um dos bandidos. Na fuga, eles arrancam com o carro junto com a idosa. Julieta chegou a ficar pendurada, caiu, bateu a cabeça e morreu.

“Todo dia eu me pergunto o porquê de tanta brutalidade. Implorei para eles deixarem minha mãe”, diz a filha, de 50 anos, que trabalha com sistemas elétricos e mora na região. Ela não quer se identificar, pois teme ser perseguida pelos bandidos. “Eu sabia que ia perder minha mãe, a gente vai se preparando, mas não imaginava que seria de forma tão violenta, tão desumana. Vi quando ela estava sendo arrastada.”

A morte de Julieta, cozinheira de mão cheia nascida em Jaú (SP) e que gostava de morar no seu próprio canto, já mudou a rotina da família. Assustados, os filhos cogitam deixar a cidade. A filha caçula não sai de casa e nunca mais tirou o Honda HR-V prata da garagem.