Estudo da Abrintel aponta Sé, Itaim Bibi e Pinheiros com melhor situação
R7
São Paulo
Acontece bastante do sinal de celular e das redes 3G/4G variarem muito de um bairro para o outro. Vídeos não carregam, mensagens não são envias pelo WhatsApp e comentários não são postados no Facebook. Isso ocorre por um motivo simples: faltam antenas e torres de transmissão.
Um estudo da Abrintel (Associação Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações) revelou as falhas de gerenciamento dessas antenas, chamadas de ERB (estações de radiobase), em São Paulo. O estudo mostra que a distribuição desses equipamentos obedecem a critérios econômicos e muitos bairros populosos, principalmente na periferia, ficam com cobertura prejudicada
Atualmente, existem cerca de 5.800 antenas do tipo ERB na capital paulista. O número é alto — ainda mais em comparação com as 72 mil torres instaladas no Brasil inteiro —, mas longe de ser suficiente. O município ocupa a 98º posição entre as 100 maiores cidades brasileiras com melhor infraestrutura de internet móvel, de acordo com a consultoria Teleco.
O número internacional recomendado de torres é de uma para cada mil ou 1.500 habitantes. Em São Paulo, são 2.100 pessoas por antena. Levado em conta o fluxo diário da população, alguns locais ultrapassam a proporção de 3.500 para uma antena. Em horários de pico, as redes ficam ainda mais disputadas. A recomendação da Abrintel é triplicar a presença de transmissores na cidade.
Piores bairros para usar celular
A distribuição desigual de antenas é outro motivo para a qualidade ruim do sinal. Os bairros periféricos, principalmente da zona leste, possuem antenas que operam em níveis até 17 vezes maior que o recomendado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações). Em Cidade Tiradentes e José Bonifácio, existe uma antena para cada 13 mil habitantes.
Os piores lugares de São Paulo para usar o celular são: Parque do Carmo e Vila Jacuí. Esses dois locais precisariam de 10 vezes mais antenas do que o número atual instalado.
O estudo levou em conta o número de habitantes de cada bairro de acordo com o Censo de 2010, mas a população desses locais oscila diariamente devido a deslocamentos dos moradores.
Os motivos por trás do problema
A culpa não é só das operadoras de telefonia móvel. A burocracia para instalar novas antenas também é uma das causas do problema. De acordo com a Abrintel, São Paulo é uma das cidades que mais demora para análisar pedidos de novas instalações de antenas.
A lei que regula esse tipo de licenciamento (a Lei Municipal 13.756) é de 2004. Quando a rede de 3G no Brasil ainda nem tinha sido iniciada e as antenas tinham o tamanho de contâiners. Por esse motivo, só permitia a instalação em ruas com mais de 10 metros de largura. Atualmente, existem equipamentos compactos do tamanho de uma máquina de lavar e que dispensam ruas largas.
Segundo a Abrintel, são mais de mil pedidos de instalação de torres em análise no momento. Em todo o ano de 2017, foi realizada só uma instalação. Todo o processo de requisição, análise e instalação chega a durar cinco anos e não acompanha o crescimento do uso de celulares no Brasil.