‘Batemos nas portas, alguns passageiros entraram em pânico e outros deram risada. Não sabíamos para onde estavam nos levando e acabamos em um local escuro, com trens velhos’, diz professora que procurou CPTM pelo Whatsapp
G1
18/07/2019 – 21:02
SÃO PAULO — Um trem da Linha 12-Safira da CPTM teve um defeito no ar condicionado e foi recolhido com passageiros dentro para o pátio do Belém, na Zona Leste da cidade de São Paulo.
A professora Denyse Serkeyra voltava do trabalho, por volta das 19 horas de uma noite bastante chuvosa, e conta que o vagão em que estava praticamente alagou.
“Estava lotado de água e quando ele parou na estação, o aviso sonoro comunicou que ele não prestaria mais serviço. As pessoas começaram a sair, mas não deu tempo de todos deixarem o trem e as portas fecharam”, contou Denyse. “Apagaram as luzes e o trem foi embora para o pátio”, continuou.
Denyse foi uma das nove pessoas que permaneceram na composição. “Batemos nas portas, alguns passageiros entraram em pânico e outros deram risada. Não sabíamos para onde estavam nos levando e acabamos em um local escuro, com trens velhos”, continuou.
No trajeto, que segundo ela levou pouco menos de 10 minutos, Denyse procurou um contato da CPTM na internet. Ela trocou mensagens com um funcionário da empresa pelo Whatsapp e ligou em um 0800.
“Eu contei que estávamos presos e eles me atenderam rapidamente. Disseram que arrumariam um carro para nos levar até o destino final, mas como não deram previsão e moro longe, segui a pé até a estação de Metrô mais próxima debaixo do maior pé d’água”, relatou a professora, que ao chegar ao pátio, gravou vídeos contando a história para o marido, com quem mora no município de Itaquaquecetuba.
Ela, que costuma chegar em casa por volta das 20 horas, chegou às 22 horas naquela noite.
Em nota, a CPTM disse ao G1 que, após constatar o defeito no trem, foi emitido o aviso sonoro para o desembarque juntamente com a orientação dos vigilantes, e que a maior parte dos passageiros seguiu o procedimento.
“No entanto, nove passageiros se recusaram a desembarcar e um vigilante embarcou na composição e os acompanhou até o desembarque na oficina. A medida foi tomada para evitar maior transtorno aos passageiros que estavam na plataforma aguardando para embarcar no trem seguinte”, explicou a companhia.