Crianças de até 3 anos esperam, em média, 25 dias para conseguir uma vaga. Região também aparece como melhor no atendimento de 98% da demanda
Uma criança que está na fila da vaga em creches no distrito de Guaianases, extremo da Zona Leste de São Paulo, espera, em média, 25,5 dias, enquanto as crianças com até 3 anos de idade que residem na Vila Andrade, região do Morumbi, na Zona Sul, aguardam 441,52 dias. A diferença entre a pior e a melhor é de 17,28 vezes.
Os dados são do Mapa da Desigualdade divulgados na manhã desta terça-feira (24) pela Rede Nossa São Paulo. Os dados são de 2016, último ano da gestão Fernando Haddad (PT). Esse é um indicador novo e não possui dados anteriores para comparação.
Já demanda de vagas em creches, que é o percentual de matrículas efetuadas em relação ao total de inscritos, inclusive o pedido de vagas que não foram atendidas, indica o mesmo cenário. Guaianases aparece como o melhor distrito com 98,60 da demanda atendida e Vila Andrade é o pior com 39,01 da demanda em creches.
Se compararmos o ano de 2013, segundo dados anterior do Mapa da Desigualdade, e primeiro ano da gestão petista, vemos que, no geral, o índice melhorou. A demanda de vagas atendidas em creches era de 2,66 em 2013 passou para 2,53.
O atendimento nas creches municipais, que é o número de matrículas nas creches direta, indiretas e conveniadas por habitante com faixa etário de 0 a 3 anos, indica que Engenheiro Marsilac (Zona Sul) é o melhor distrito com índice de 0,98. A República (Centro) ficou em último nesse quesito com índice de 0,012.
“A sensação que a gente tem é que existem algumas demandas muito fortes que não estão sendo atendidas e isso tem relação com a infraestrutura de educação local. É muito importante para a cidade ter o orçamento regionalizado da cidade para saber o investimento efetivo no serviço de educação em determinado lugares”, afirmou Jorge Abrahão, coordenador-geral da Rede Nossa SP.
Emei
O atendimento nas EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil), que é o número de matrículas nas prés-escolas por habitante na faixa etário de 4 a 6 anos, mostra que o Jaçanã (Zona Norte) é o distrito com o melhor atendimento (0,85) enquanto na Liberdade (0,66).
Já a demanda das vagas atendidas em pré-escolas municipais foi totalmente atendida atingindo os 100% nos distritos de Anhanguera, Aricanduva, Bela Vista, Butantã, Campo Grande, Carrão, Cidade Líder, Consolação, Cursino, Ipiranga, Itaim Bibi, Jaçanã, Jaguaré, Jardim Paulista, Lapa, Morumbi, Perdizes, Pinheiros, Raposo Tavares, República, Rio Pequeno, Santana, Santo Amaro, São Domingos, Sapopemba, Vila Andrade, Vila Formosa, Vila Guilherme, Vila Leopoldina e Vila Prudente.
Cultura
A maior desigualdade entre todos os dados apresentados é em relação ao acervo de livros infanto-juvenis. O distrito da Consolação (5,30), no Centro, aparece como o que mais possui livros em bibliotecas municipais por habitante na faixa etário de 7 a 14 anos. Capão Redondo, no extremo da Zona Sul registra o menor índice, com 0,002 unidades por habitante.
Outras 37 regiões da cidade não possuem exemplares para essa faixa etária e nem para adultos, já que não há bibliotecas públicas nesses distritos.
O desigualtômetro, que registra a diferença entre o pior e melhor distrito, mostra que a diferença é de 1.634,06 vezes no acervo de livros para adultos. República (2,97) é o distrito com melhor índice de habitantes com 15 anos de idade ou mais com acesso aos acervos em bibliotecas municipais enquanto o Jardim São Luís (0,002).
Dos 96 distritos, 54 não possuem uma sala de cinema sequer, nem públicas e nem privadas. A Barra Funda tem a maior concentração de salas de cinema com índice de 8,69 e Capão Redondo a menor quantidade com 0,036.
Ao todo, 60 distritos não possuem nenhum museu. Nesse caso o local mais bem avaliado é a região da Sé com 4,2 a cada 10 mil habitantes. Outros 52 distritos não têm uma sala de concerto e show e 43 não possuem teatros.
Favelas
A desigualdade social também aparece quando o tema é habitação. A Vila Andrade (50,45), na região do Morumbi, na Zona Sul, possui um percentual de favelas 621,01 vezes maior do que a região de Pinheiros (0,081). Onze distritos da cidade não possuem esse tipo de habitação.
Se compararmos os naos de 2013 e de 2016, primeiro e último da gestão Fernando Haddad (PT), vemos que o índice piorou passando de 610,49 para 621,01.