Biólogos encontram 5 bactérias que causam doenças na água de ruas alagadas da Vila Itaim

Vila Itaim ainda sofre com água da chuva — Foto: Reprodução/TV Globo
Vila Itaim ainda sofre com água da chuva — Foto: Reprodução/TV Globo

Bairro da Zona Leste de São Paulo sofre há 21 dias com alagamentos. Pesquisadores encontraram até Salmonella na água

Atualizado às: 10:13


Vila Itaim ainda sofre com água da chuva — Foto: Reprodução/TV Globo
Vila Itaim ainda sofre com água da chuva — Foto: Reprodução/TV Globo

SÃO PAULO, 26 fev (G1) – A pedido do SP1 da TV Globo, biólogos analisaram a água parada das ruas da Vila Itaim, na Zona Leste de São Paulo, que sofre há 21 dias com alagamentos. O resultado: cinco tipos de bactérias que causam doenças graves.

Pesquisadores da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) encontraram Salmonella, Eschierichia coli, Shiguelle spp, Klebsiella spp e Pseudomonas spp. Além disso, a água tinha altas concentrações de fosfato, fósforo, amônia e nitrato.

Isso pode causar gastroenterite, septicemia, que é a infeção generalizada, febre tifoide e infecção urinária.

Nos primeiros 20 dias de fevereiro, os postos de saúde atenderam 147 pacientes com quadro de diarreia, que podem ou não estar relacionados com a água, de acordo com a prefeitura.

O subprefeito de São Miguel Paulista, Edson Marques, disse que há equipes de saúde fazendo visitas e distribuindo cloro para limpar as casas. Ele disse ainda que as obras do pôlder, que deve amenizar o problema das enchentes, ficam prontas em novembro.

Problemas antigos

A Vila Itaim fica na várzea do Tietê, que enche naturalmente quando o nível do rio sobe muito.

A solução para as enchentes foi anunciada pela primeira vez em 2010: um pôlder, composto por diques, reservatório e bombas. Esses sistema isola a água e guarda o volume coletado no reservatório.

Mas somente em 2016 o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) publicou que começaria a obra em 90 dias, com conclusão em 16 meses.

Deveria ter sido entregue em maio do ano passado, mas ainda falta construir metade do projeto.

“É só promessa na vida dos pobres. Os ricos cada vez ficando mais ricos, e o pobre mais se lascando, essa é a realidade”, resume a moradora Evanilda Gomes.