Zona Leste concentra 26% dos casos de infecção por coronavírus na cidade de São Paulo

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Zona Leste concentra 26% dos casos de infecção e o maior número de mortes por Covid-19 da capital - Imagem: Reprodução

Nove dos 10 distritos da capital com mais infecção estão na região. Em São Miguel Paulista, taxa é de 71 mortes pela doença para cada 100 mil habitantes, a maior da capital paulista

G1


SÃO PAULO — Nove dos dez distritos da capital paulista com mais mortes de Covid-19 por 100 mil habitantes ficam na Zona Leste. Os números refletem a realidade de quem não consegue fazer isolamento nem parar de trabalhar.

O último inquérito sorológico feito na capital mostra que a região concentra 26% dos casos de infecção pela doença – 1 em cada 4 moradores já foi infectado. E, quanto maior a taxa de infetados, maior o número de mortes nessa que é a região mais populosa da capital.



No mapa da cidade de São Paulo, a Zona Leste concentra o maior número de mortes comparado as outras regiões, como Centro, por exemplo.

Dos dez distritos com mais mortes de Covid-19, nove ficam no extremo leste da cidade: são distritos com taxa acima de 60 por100 mil habitantes.

Em nenhum outro lugar da capital o coronavirus está fazendo tantas vítimas quanto em São Miguel Paulista. A taxa desse distrito, de 71 mortes para cada 100 mil habitantes, é a maior da cidade.

Em São Miguel Paulista, a possiblidade de se morrer de Covid é 4 vezes maior que em Perdizes, na Zona Oeste, distrito com a menor taxa da cidade.

Segundo o diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP, o médico sanitarista Oswaldo Yoshimi Tanaka, as condições habitacionais e o longo deslocamento que a população precisa fazer para garantir a renda favorecem a propagação do vírus em maior proporção na região.

“Além dele estar em condições habitacionais desfavoráveis, ele não tem recursos outros pra poder sobreviver e aí ele tem que sair pra trabalhar mesmo”, diz o médico.

“Infelizmente, continuam sendo os mais penalizados e o grande problema que a pandemia trouxe é que ela não afeta todo mundo igual, ela afeta todo mundo de uma forma diferente, e quanto mais vulnerável quanto teoricamente menos proteção social ele tiver, mais vulnerável ele fica”, afirma Tanaka.

Segundo o médico, quem faz parte da população mais vulnerável precisa ser visto pelo estado para sobreviver às desigualdades dessa pandemia.

“Eu acho que, como política de estado, numa pandemia como essa, nós estado com e maiúsculo e não governo, deveríamos estar cuidando pra que nós em conjunto, porque o governo representa a sociedade inteira, apoiemos essas pessoas que estão desfavoráveis e estão em risco e que não conseguem resolver isso sozinhas”, diz ele.

A secretaria municipal de Saúde disse que, até agora, os agentes de saúde fizeram 35 mil ações nos bairros mais afastados do centro da capital para reforçar o uso das máscaras e a importância do isolamento social e que, nessas ações, os agentes flagraram muita gente que não obedece às recomendações sanitárias.


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