Rochas de Guaianases viram assunto de pesquisa científica da CPRM

Piscinão da Pedreira. Foto: Reprodução

Geólogos do Serviço Geológico do Brasil realizam estudos sobre as rochas existentes em Guaianases

 

Piscinão da Pedreira. Foto: Reprodução

 

SÃO PAULO – Maio é o mês de aniversário de Guaianases, e o bairro recebeu um presente, geólogos do Serviço Geológico do Brasil, ligados à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), uma instituição do Governo Federal, estiveram por aqui para estudar as rochas de Guaianases!Especificamente, os cientistas estiveram em dois lugares: na Pedreira São Matheus-Lageado, única pedreira ainda ativa; e no Piscinão da Pedreira (denominado assim por se tratar de um reaproveitamento de uma cava, pedreira que já não era mais explorada).

A pesquisa, intitulada “Geologia e potencial mineral da Região Metropolitana de São Paulo”, é mais ampla, e tem por objetivo atualizar a cartografia geológica do Município de São Paulo e o diagnóstico de áreas com mineração de agregados para a construção civil, bem como observar se há outras áreas com esse potencial econômico, e associá-los a outros assuntos, como Meio Ambiente, Geodiversidade e Patrimônio Geológico. Porém, nesse primeiro momento, os cientistas têm o interesse de analisar o nosso granitoide, que hoje é extraído e utilizado como brita na construção civil.

Segundo a geóloga do Serviço Geólogo do Brasil (CPRM), Ligia Maria de Almeida Leite Ribeiro, a pedreira de brita situada na região de Guaianases é muito importante, porque as rochas exploradas dentro desta lavra, o granito Itaquera, ter importância histórica, pois foi utilizado em várias edificações do centro velho de São Paulo. “O granito Itaquera foi explorado em uma antiga pedreira na Avenida Itaquera, nº 5.889, ao lado do estádio Arena Corinthians, atualmente inativa e completamente aterrada. Porém o granito Itaquera, ainda pode ser observado na pedreira Lajeado e no piscinão de Guaianases.”, diz Ligia.

A geóloga da Prefeitura Regional Guaianases, Stella Cristina Alves de Souza, afirma que embora hoje em dia esse granitoide provavelmente só possa ser observado e estudado em Guaianases, este ainda é chamado de Granito Itaquera no meio científico.

 

 

Outra curiosidade, segundo a Geóloga Lígia, é que em Guaianases existe o afloramento do Complexo Embu, uma das unidades geológicas de rochas de idade mais antiga dentro da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
Stella Cristina Alves de Souza, nos conta que o Complexo Embu data de aproximadamente 780 milhões de anos e o granitoide foi datado entre 700 e 650 milhões de anos, e são resultados dos processos tectônicos que uniram todas as terras em um único continente. Por outro lado, em Guaianases também podem ser observadas rochas reflexo da separação entre os continentes Americano e Africano, são: os argilitos da Bacia São Paulo, formada ao redor de 24 milhões de anos.

“Todas as rochas que podemos observar em Guaianases são importantes, porque através do seu estudo podemos contar a história do nosso planeta”, diz Stella, que liderou o projeto Visita Técnica aos Sítios Geológicos em Guaianases, no qual servidores e munícipes visitavam pontos-chave para o entendimento da geologia no bairro.
O projeto “Geologia e potencial mineral da Região Metropolitana de São Paulo” é uma realização da Gerência de Recursos Minerais e Geologia da Superintendência Regional de São Paulo da CPRM (Órgão do governo federal (www.cprm.gov.br)). Liderado pela Dra. Vidyã Vieira Almeida com participação dos geólogos: Ligia Maria de Almeida Leite Ribeiro, Ivan Pereira Marques, Guilherme Lolino Troncon Guerra e Roberto Loreti.