Penha, a história de um bairro “bem paulistano”

Basílica Penha - Leste Online
Basílica Nossa Senhora da Penha na Zona Leste de SP. Foto: Roberto/Olhares Fotografia Online

O crescimento do bairro transcorreu de modo calmo e pequenas vilas foram se formando ao seu redor

11/09/2019 – 21:19


 

Basílica Penha - Leste Online
Basílica Nossa Senhora da Penha na Zona Leste de SP. Foto: Roberto/Olhares Fotografia Online

 

SÃO PAULO — A Penha tem suas raízes ligadas diretamente à história de São Paulo. É por seus caminhos que os bandeirantes buscavam indígenas para escravizá-los ou mesmo catequiza-los. Isso lá pelos idos de 1600. A história nos conta que o bairro foi fundado pelo padre licenciado Mateus Nunes de Siqueira e por seu irmão, padre Jacinto Nunes de Siqueira. Por volta de 1660, o licenciado Mateus tinha um fazenda com igreja e um grande curral. Ao local foi dado o nome de Nossa Senhora da Penha.

O crescimento da fazenda veio do dinheiro que o padre deixou à Igreja de Nossa Senhora. Antes disso um grande numero de pessoas deixara seus bens em testamento para a mesma igreja. Logicamente, a capela cresceu em beleza e tamanho, assim como o pequeno povoado em seu entorno. A história dessa santa nasceu na França como “Notre Dame de France”, nas cercanias de grandes montes. Daí Nossa Senhora do Monte, que no Brasil tornou-se Nossa Senhora da Penha. Penha significa “grande massa de rocha isolada e saliente”, “penhasco”ou “penedo”.

A história do bairro é marcada por uma lenda. Conta-se que um viajante Francês que percorria o Brasil estava em São Paulo, e certa vez pernoitou pelos lados de onde hoje é o bairro. Amarrada ao cavalo estava uma imagem de Nossa Senhora. Ele acordou no outro dia e pôs-se a caminho. Léguas adiante deu pela falta de santa.

Voltou e encontrou a imagem no mesmo lugar onde havia dormido. Colocou –a de volta no alforje e partiu. Horas depois, o viajante descobriu que a Nossa Senhora não estava mais com ele. Voltou novamente e lá estava ela, no mesmo lugar. Não deu outra, ele chegou à conclusão de que a santa escolhera aquele local para ficar. Assim, o Francês construiu ali uma capela.

O crescimento do bairro transcorreu de modo calmo e pequenas vilas foram se formando ao seu redor. No correr dos anos e do desenvolvimento do bairro, as festas em louvor da santa foram perdendo a religiosidade e os padres reclamavam das bebedeiras e dos bandidos que infestavam as ruas calmas do bairro. Nos primeiros anos do século XX, havia um pequeno ajuntamento de casas e grandes chácaras na região.

Estas foram sendo cortadas e recortadas para se transformar em loteamentos. Entre eles estão alguns bairros que receberam o nome “Penha“, como atrativo de vendas, como é o caso da Chácara Penha e do minúsculo bairro Penha de França.

O Bairro, ficou com um ar bucólico e bem paulistano, mesmo com o franco progresso se instalando na região. Talvez com saudade dos tempos das procissões.

Bairros que fazem parte do distrito da Penha

  • Chácara da Penha
  • Conjunto Habitacional Chaparral
  • Engenheiro Trindade
  • Guaiaúna
  • Jardim América da Penha
  • Jardim Concórdia
  • Jardim do Norte
  • Parque Eduardo
  • Penha
  • Penha de França
  • Santa Amélia
  • Vila Amália
  • Vila Beatriz
  • Vila Carlos de Campos
  • Vila Centenário
  • Vila Esperança
  • Vila Eugênio
  • Vila Feliz
  • Vila Germaine
  • Vila Granada
  • Vila Guilherme
  • Vila Laís
  • Vila Luísa
  • Vila Maluf
  • Vila Maria Amália
  • Vila Marieta
  • Vila Nova Granada
  • Vila Olívia
  • Vila Ré
  • Vila Salete
  • Vila Santana
  • Vila Santo Antônio
  • Vila São Geraldo
  • Vila Vera
  • Vila Vidal

Fonte: 450 Bairros São Paulo 450 Anos
Editora: Senac São Paulo
Autor: Levino Ponciano