Estudante vítima de feminicídio na Zona Leste de SP foi homenageada com diploma póstumo durante evento da USP que discutiu violência contra mulheres
g1
SÃO PAULO — A Universidade de São Paulo (USP) realizou, na terça-feira (9), uma homenagem à estudante Bruna Oliveira da Silva, morta na saída do Terminal Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, em abril deste ano, com a concessão simbólica de um diploma de mestrado.
A cerimônia aconteceu na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), no campus da região Leste, e integrou a programação do 1º Seminário sobre Feminicídio e Violência Contra as Mulheres.
Bruna era formada em história pela Universidade de São Paulo. Fez mestrado no programa de história social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP em 2020. Ela tinha sido aprovada também para o mestrado de pós-graduação em mudança social e participação política na USP Leste.
O evento foi organizado pelas Pró-Reitorias de Pós-Graduação (PRPG) e de Inclusão e Pertencimento (PRIP), em parceria com a direção da EACH.
O diploma simbólico foi entregue aos pais de Bruna, Simone da Silva e Florisvaldo Araújo de Oliveira, pela vice-reitora e pela ministra das Mulheres, Márcia Lopes.
Durante a cerimônia, Simone relembrou a trajetória da filha: “Ela foi tirada de nós justamente pelo que defendia: a segurança, as mulheres, a luta contra a desigualdade social. Sou muito grata a essa instituição e sei que o legado dela não vai terminar”.
Relembre o caso
Segundo imagens de câmera de segurança (veja abaixo) Bruna foi abordada na saída do terminal pela Avenida Sport Club Corinthians Paulista, na altura de um terreno com tapumes.
O corpo de Bruna foi encontrado quatro dias depois, num terreno ao lado. A jovem seguia para a casa dela, que fica a cerca de 1,7 km da estação Itaquera. A Justiça decretou a prisão temporária do suspeito de matar aluna.
Segundo fontes policiais, um laudo preliminar apontou que a provável causa da morte da estudante foi asfixia por estrangulamento. A estudante tinha 28 anos e estava desaparecida desde 13 de abril, quando havia saído da estação do metrô a caminho de casa, onde morava com o pai.
Seu corpo foi encontrado em 17 de abril em um estacionamento próximo, na Avenida Miguel Ignácio Curi. Estava seminu e machucado, com sinais de violência e queimaduras. Ao lado dele, foram encontrados um sutiã e um saco plástico.
Dias depois de ser identificado, o suspeito da morte da jovem também foi encontrado morto.
Esteliano José Madureira, de 43 anos, foi identificado após a divulgação do retrato falado, produzido com ajuda de inteligência artificial, a partir de imagens de câmeras de segurança obtidas pelos investigadores. O corpo de Esteliano foi encontrado na região da Avenida Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, com marcas de tortura e tiros na nuca.
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