Casal foi preso nesta terça-feira após levarem a menina ao hospital
G1
20/11/2019 – 17:47
SÃO PAULO — Uma menina, de 3 anos, morreu nesta terça-feira (19) após ser vítima de espancamento na Zona Leste de São Paulo. A mãe e o padrasto da criança foram presos após deixarem Micaelly Luiza de Souza Santos em um hospital.
Ewerton Queirós Laurenço, de 30 anos, é o principal suspeito pelas agressões. Ele e a mãe, Isadora Pereira de Souza, de 20 anos, levaram a criança, já morta, ao hospital. Eles foram encaminhados para o 22º Distrito Policial (DP) de São Miguel Paulista e não confessaram o crime.
O delegado pediu a prisão temporária de cinco dias e está aguardando a decisão da Justiça e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para saber a causa da morte.
Micaelly já havia sido internada no dia 5 de novembro no hospital Tíde Setúbal, por suspeita de ter sido espancada.
Carlos Alberto Velucci, diretor do hospital, afirma que a criança não tinha “alguma coisa patológica”, mas tinha “hematomas na face, hematomas no tórax e nos membros”. “Nós avisamos a delegacia, o conselho tutelar, tomamos as providências. Ela foi ao IML fez o corpo de delito, foi internada até o dia 18 [de novembro].”
Depois, a Justiça determinou que a guarda de Micaelly passasse para a avó materna, de forma provisória, por seis meses.
Na segunda-feira (18). Micaelly recebeu alta médica e foi levada pela avó para a casa da mãe, que mora com o namorado. Segundo a polícia, menos de 24 horas depois, a criança foi espancada até a morte e teria sofrido violência sexual.
O casal disse à polícia que a criança caia muito e por isso havia ferimentos e machucados. O delegado afirma que as explicações não foram suficientes nem fizeram sentido.
“Falou que ela tinha sofrido uma queda, mas ela apresentava hematomas tanto do lado direito como do lado esquerdo na face, região orbitária, no tórax, membros superiores e inferiores, abdômen, quer dizer, precisa ser uma queda razoável para acontecer todos esses hematomas”, afirmou o diretor do hospital.
Uma parente de Micaelly, que não quis se identificar, afirma que o padrasto estava lutando pela guarda dos três filhos. “O negócio dele era os filhos dele. Ele falava o tempo todo que ele queria os filhos dele pra ele, porque ele ama os filhos dele, um filho dele é especial.”