Linhas de ônibus que mais atrasam em São Paulo ficam na Zona Leste

Ônibus - Leste Online
Foto: Fábio Jesus / Leste Online

Auditoria do Tribunal de Contas constatou que 2 milhões de viagens foram descumpridas entre janeiro e setembro de 2018

G1
22/07/2019 – 21:14


SÃO PAULO — Os passageiros da Zona Leste de São Paulo são os mais prejudicados pelos atrasos e cancelamentos dos ônibus da capital. O levantamento do Anda SP utilizou dados da SPTrans e da Lei de Acesso à Informação para verificar quais são as linhas de ônibus que tiveram mais multas por atrasar ou descumprir viagens nos últimos quatro anos. Todas ficam na Zona Leste da cidade.

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Foto: Reprodução / G1 São Paulo

A linha mais multada da cidade é a 233C-10 Terminal A. E. Carvalho – Ceret, que foi multada 373 vezes. A equipe do Anda SP (TV Globo) conversou com passageiros, motoristas e analisou números para entender porque essa linha é tão problemática.

O vigilante Robson Alves de Almeida conta que já esperou por um ônibus desta linha por mais de 1h30min. Para o assistente administrativo Anderson Hioli, a demora causa atrasos.

“Eu demoro muito pra chegar no trabalho. Você paga para ter uma condução de qualidade, porque a condução de São Paulo é uma das mais caras do Brasil, mas você paga por um transporte que não é de qualidade, porque ficar num ponto esperando por 1h20min é um desrespeito à população”, diz Hioli.

Rotina de atrasos

Segundo a SPTrans, no período da manhã, o tempo de viagem estimado da linha 233C-10 é de 1h12min. À noite, a previsão é de 1h25min. No entanto, esse tempo muitas vezes corresponde apenas à espera no ponto por uma condução.

O levantamento do Anda SP analisou mais de 1 bilhão de registros de GPS durante 2 meses e 19 dias. A análise mostra que a linha roda em média com 6 ônibus por dia. Aos passageiros os fiscais da linha dizem que são 8 ônibus circulando diariamente.

Uma auditoria do Tribunal de Contas do Município constatou que, em toda a cidade, foram descumpridos cerca de 2 milhões de viagens entre janeiro e setembro de 2018.

De acordo com o relatório, isso representa aproximadamente R$ 145 milhões que foram pagos injustificadamente às empresas.

SPTrans e sindicatos

O sindicato das empresas de ônibus disse que a SPTrans é responsável por determinar o tamanho da frota operacional e que as empresas recorrem das multas.

Já a SPTrans informou que a fiscalização será intensificada e que a programação das linhas é baseada nos intervalos, e não na quantidade de veículos.