Maquinista é resgatado após mais de 7 horas preso às ferragens em trens no RJ

Bombeiros colocam cobertor térmico em motorista — Foto: Reprodução/Globonews
Bombeiros colocam cobertor térmico em motorista — Foto: Reprodução/Globonews

Ele foi retirado em uma maca, aparentemente desacordado, e bombeiros fazem massagem cardíaca e usam desfibriladores para tentar salvá-lo. Estado de saúde dele não foi divulgado

Atualizado às: 15:22


 

Bombeiros colocam cobertor térmico em motorista — Foto: Reprodução/Globonews
Bombeiros colocam cobertor térmico em motorista — Foto: Reprodução/Globonews

 

RIO DE JANEIRO,  27 fev (G1) – Após mais de sete horas de um resgate dramático, por volta das 14h30 bombeiros retiraram o maquinista de um dos dois trens que bateram às 6h55 desta quarta-feira (27), em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. Ele foi retirado em uma maca desacordado, e bombeiros deram início a uma tentativa de reanimá-lo.

Até as 15h, os bombeiros seguiam por mais de 20 minutos com procedimentos de reanimação, com massagem cardíaca e uso de desfibrilador. Quase 20 homens participam da operação. No mesmo horário, um helicóptero da corporação pousou para fazer a remoção do maquinista para um hospital.

Enquanto estava preso nas ferragens, ele foi mantido vivo respirando com auxílio de um balão de oxigênio e com transfusão de sangue e aplicação de soro. Ele estava lúcido e conversou com bombeiros.

Ao menos 12 agentes trabalharam na operação. Alguns usaram maçaricos e outras ferramentas para tentar liberar espaço retirando peças das ferragens. Os outros, com mangueiras, resfriavam o trem e evitaram um possível incêndio.

Além do maquinista, outras oito pessoas ficaram feridas no acidente. Sete delas foram levados para o Hospital Souza Aguiar e já receberam alta, e um foi para o Salgado Filho, no Méier, onde segue internado, com quadro estável.

Uma das vítima é o encanador Sandro Ricardo Moreira, morador de Duque de Caxias, que estava indo para Cascadura e teve uma luxação no joelho esquerdo durante a colisão do trem. Sandro contou que a composição ficou parada por dez minutos antes do impacto.

“Eu rolei no chão, bati e machuquei”, disse o encanador, que todos os dias faz a baldeação na estação de São Cristóvão.

O acidente

A colisão aconteceu entre um trem do ramal de Deodoro, que vinha da Central, e uma composição ainda não identificada que também saiu da Central. Um dos trens estava parado quando o outro bateu. O choque foi tão violento que a locomotiva de um dos trens se soltou do chassi e ficou esmagada.

Em nota, a concessionária informou que uma sindicância foi instaurada para apurar as causas do choque. A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) informou, em nota, que está investigando as circunstâncias do acidente.

“Equipes técnicas foram enviadas à estação para fazer o levantando do local do acidente. Além das causas da colisão, também serão objeto de análise pela agência reguladora a adequação do atendimento prestado aos usuários pela concessionária SuperVia e dos procedimentos adotados para o restabelecimento da normalidade na operação comercial dos trens. A concessionária poderá ser multada”, diz a nota.