Investigado por publicação contra Bolsonaro em rede social, Boulos diz que PF ‘deveria investigar o Queiroz’

Boulos - Leste Online
O candidato Guilherme Boulos (Psol) tomando um 'pingado' em campanha no Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, na manhã de 28 de setembro — Foto: Paula Paiva Paulo/G1
Candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo fez caminhada no comércio de Jaçanã, na Zona Norte da capital paulista, na manhã desta segunda-feira (28)

G1
28/09/2020


Boulos - Leste Online
O candidato Guilherme Boulos (Psol) tomando um ‘pingado’ em campanha no Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, na manhã de 28 de setembro — Foto: Paula Paiva Paulo/G1

SÃO PAULO — O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), disse nesta segunda-feira (28) que ficou surpreso ao saber que a Polícia Federal está investigando uma publicação dele sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma rede social. Questionado pelo G1, o candidato não soube especificar o que dizia o post.

“É um absurdo isso. Eu fiquei surpreso, até o Bolsonaro, de quem não se espera muito em termos democráticos, de maneira tão escancarada, ele tem um candidato que é o Celso Russomanno, e ele quer favorecer o Russomanno porque a gente cresceu nas pesquisas”, disse Boulos, que aparece em terceiro lugar em pesquisa Datafolha, atrás de Russomanno (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB).

O advogado de Boulos, Alexandre Pacheco Martins, esteve na Polícia Federal em Brasília nesta segunda para pegar cópias da investigação. Caso o candidato tenha que depor, será a partir de 8 de outubro, informou a assessoria de Boulos.

“Eu acho que a Polícia Federal deveria investigar o Queiroz. Eu acho que a Polícia Federal deveria investigar o cheque de R$ 89 mil pra esposa do Bolsonaro. E não investigar quem critica ele nas redes sociais. É lamentável que um instituição tão importante como a PF acabe sendo aparelhada pelos interesses eleitorais do presidente”, disse o candidato.

Mais cedo, o candidato do PSOL disse numa rede social que o presidente Jair Bolsonaro quer “transformar a PF numa Gestapo”, que era a polícia secreta oficial da Alemanha Nazista.

“Bolsonaro quer nos intimidar. Seu sonho é transformar a PF numa Gestapo. Não vamos permitir”, afirmou Boulos sobre o caso no Twitter.

Procurada, a Polícia Federal não comentou a investigação.

Visita ao Jaçanã

 

No segundo dia de campanha eleitoral em São Paulo, o candidato Guilherme Boulos se reuniu com apoiadores na manhã desta segunda (28) na Praça Sebastião Tonetti, no Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, que fica em frente ao Centro Educacional Unificado (CEU) Jaçanã. Ele disse que o local está sendo “sucateado”.

“Muitos bairros de São Paulo têm o CEU como único espaço de Cultura e de Lazer. E a piscina daqui está desmontada, desativada, desde antes da pandemia. Aqui houve demissão de técnicos da cultura. Os CEUs estão sendo desmontados por essa atual gestão”, criticou o candidato.

Boulos também falou sobre o número de mortos pela pandemia em São Paulo, que passa de 12 mil, e criticou o gasto de dinheiro com hospitais de campanha. Para ele, o recurso deveria ter sido investido hospitais que estão fechados.

“Nós, na Prefeitura de São Paulo, vamos reabrir todos os hospitais fechados. Vamos colocar o Hospital da Brasilândia para funcionar 100%, e com gestão direta, e vamos levar mais médicos para as UBSs da periferia”, prometeu.

O candidato fez uma curta caminhada pelo comércio do bairro. Ao conversar com moradores, Boulos logo perguntava: “conhece a Erundina?”. Sua vice, Luiza Erundina (Psol) foi prefeita de São Paulo de 89 a 92, na época pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

De máscara, o candidato cumprimentou comerciantes e apoiadores com os punhos fechados. Em uma ocasião, apertou as mãos de um trabalhador da limpeza urbana, medida não recomendada para evitar a transmissão do coronavírus.

Com um microfone, uma apoiadora pedia para que evitassem a aglomeração, o que não era atendido.