Nenhuma UBS de Cidade Tiradentes e Itaim Paulista, é escolhida por nova leva do Mais Médicos

Nenhuma UBS de Cidade Tiradentes, extremo da Zona Leste, é escolhida por nova leva do Mais Médicos em SP — Foto: Paula Paiva Paulo/G1

Também faltam serem preenchidas algumas das vagas de bairros das zonas Sul e Norte. Dos 78 inscritos, 28 médicos têm até o dia 14 para se apresentarem e deverão ficar com as vagas restantes

 

Nenhuma UBS de Cidade Tiradentes, extremo da Zona Leste, é escolhida por nova leva do Mais Médicos em SP — Foto: Paula Paiva Paulo/G1

 

SÃO PAULO (G1) – Dos 50 inscritos que se apresentaram nesta segunda-feira (3) na Secretaria Municipal de Saúde para participar do programa Mais Médicos em São Paulo, nenhum escolheu uma das seis vagas abertas para a Cidade Tiradentes ou uma das duas do Itaim Paulista, ambos os bairros no extremo Leste da cidade.

Também resta serem preenchidas algumas das vagas de São Mateus, também na Zona Leste, na Capela do Socorro e em Parelheiros, Zona Sul, e na Brasilândia, Zona Norte.

78 vagas para o Mais Médicos foram abertas após a saída dos 72 cubanos que atuaram na capital paulista pelo programa. 28 inscritos não compareceram nesta segunda. Eles têm até o dia 14 de dezembro para se apresentarem e deverão ficar com as vagas restantes. Um dos inscritos desistiu de participar do programa e não quis escolher nenhuma das vagas.

Nesta segunda, a prefeitura convocou os 78 inscritos no programa para que apresentassem informações pessoais e para a escolha dos locais de trabalho. A prioridade de escolha era por ordem de inscrição. As primeiras oportunidades a serem escolhidas foram nas regiões Centro e Oeste.

Eloá dos Santos é representante da Supervisão de Cidade Tiradentes e disse que há uma preocupação com o preenchimento das vagas. “Mas não jogamos a toalha”, diz.

Ela contou que os seis médicos cubanos que ocupavam essas vagas foram preenchidos por plantonistas do Santa Marcelina, parceiro das UBS. Como as vagas não foram preenchidas nesta segunda, terão que estender a parceria.

Para ela, o que fez os médicos recusarem trabalhar na região é a distância. Para chegar lá, é preciso pegar o trem até Guaianases ou Itaquera, e de lá pegar mais um ônibus.

Patrícia Martins de Sá, representante da Supervisão de Saúde de São Mateus, na Zona Leste — Foto: Paula Paiva Paulo/G1

 

Patrícia Martins de Sá, representante da Supervisão de Saúde de São Mateus, na Zona Leste, conta que, apesar da distância, tenta atrair os inscritos pelas especificidades da área.

“O que eu tentei passar para eles é que, independente da localização, vai ser uma experiência fantástica porque a Atenção Básica é a nossa porta de entrada para o serviço de saúde”. Das cinco vagas oferecidas lá, duas foram preenchidas.

A boliviana Bianca Ledezma, de 30 anos, é uma das médicas que se apresentou nesta segunda. Há dois anos na capital paulista, ela fez a revalidação do diploma e escolheu a UBS Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera, na Zona Leste, porque ela está morando na região e é de fácil acesso para ela.

Boliviana que vai participar do Mais Médicos em São Paulo — Foto: Paula Paiva Paulo/G1

 

Na Zona Sul, a Capela do Socorro é a região que oferece mais vagas: 17. No entanto, apenas duas foram escolhidas nesta segunda-feira. Na região, as vagas para o M’Boi Mirim tiveram a preferência dos médicos.

Saída de Cuba do Mais Médicos

No último dia 14, o governo de Cuba informou que decidiu sair do programa social Mais Médicos, citando “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil.

O país caribenho enviava profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde desde 2013, quando o governo da ex-presidente Dilma Rousseff criou o programa para atender regiões carentes sem cobertura médica.

Havia 72 médicos cubanos trabalhando em São Paulo e a Secretaria Municipal da Saúde ampliou para 78 o número de vagas.