Segundo testemunhas, a vítima teria sido atingida por disparos efetuados por um policial militar, mas a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que os PMs souberam do jovem baleado através da central 190 e pelo barulho do disparo
G1
09/02/2020
SÃO PAULO — Um jovem identificado como Kelri Antonio Claro, de 23 anos, morreu ao ser baleado na madrugada deste domingo (09) durante a realização de um baile funk em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo.
Segundo testemunhas, a Polícia Militar foi acionada durante a madrugada e, ao chegar no local, vários participantes do baile funk correram das viaturas.
Os relatos dão conta que um dos policiais teria efetuado dois disparos em direção a uma viela onde algumas pessoas se abrigavam, na rua Caititu. Os tiros, segundo essas testemunhas, teriam atingido o jovem, que foi socorrido na UPA 29 de Agosto, em Itaquera, onde faleceu.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento da correria nas imediações do baile funk. Segundo relatos dos frequentadores, o corre-corre acontece justamente no momento em que os policiais chegam para dispersar o baile.
A Polícia Militar não confirma a morte do rapaz, mas diz que recebeu três chamados de importunação durante a madrugada no endereço onde as testemunhas dizem que a vítima teria sido baleada.
Através de nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou, porém, que a Polícia Militar realizou uma operação na rua Terra Brasileira, onde o baile funk acontecia, para apreender veículos irregulares nas imediações. Na nota, a SSP diz que os policiais tomaram conhecimento de que a vítima tinha sido baleada por intermédio da central 190 e também pelo barulho do disparo.
“PMs realizavam operação para apreender veículos irregulares próximo ao local, quando tomaram conhecimento, via 190 e também pelo barulho do disparo, que um indivíduo havia sido baleado. O irmão da vítima confirmou a informação e não permitiu que os policiais solicitassem resgate, socorrendo a vítima por meios próprios à UPA 26 de Agosto, onde veio óbito”, declarou a SSP.
O caso foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que abriu inquérito para investigar o caso. A Secretaria da Segurança Pública confirmou que a Polícia Militar também abriu inquérito policial para apurar os fatos.
Na tarde deste domingo, moradores da área registraram a presença de peritos da Polícia Civil e também homens da PM no local onde Kelri foi atingido pelos disparos, na esquina das ruas Terra Brasileira e Caititu.