Medida deve passar de 8 para 10 horas diárias e busca preservar mananciais diante da queda nos níveis dos reservatórios
Leste Online
SÃO PAULO — A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) recomendou que a Sabesp aumente o tempo de redução de pressão no sistema de abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo. Atualmente em oito horas por dia, a medida deve passar para dez horas diárias.
Com a mudança, a redução da pressão ocorrerá das 19h às 5h do dia seguinte. Também está previsto um gerenciamento da pressão durante o dia, ajustando os níveis de acordo com a necessidade para garantir que a água continue chegando aos bairros.
A decisão ocorre após a constatação de que os mananciais da Grande São Paulo estão abaixo do ideal. O Sistema Integrado Metropolitano opera com cerca de 32,8% da capacidade, enquanto o Cantareira registra 30,3% e o Alto Tietê, 26,1%. A situação é reflexo das chuvas abaixo da média registradas nos últimos meses.
Na etapa anterior da medida, quando a redução foi aplicada por oito horas entre 21h e 5h, a economia alcançou 7,2 bilhões de litros de água — volume equivalente ao consumo mensal de uma cidade do porte de São Bernardo do Campo, com cerca de 800 mil habitantes.
A expectativa é de que a ampliação contribua para prolongar os estoques de água até a recuperação dos reservatórios. No entanto, a diminuição da pressão pode afetar principalmente bairros mais altos, onde a água encontra maior dificuldade para chegar aos imóveis.
De acordo com a Sabesp e a Arsesp, a medida é temporária e faz parte de um conjunto de ações emergenciais para evitar desabastecimento na capital e municípios vizinhos.