Operação é intensificada quando temperatura atinge 13ºC ou menos na capital. Mais de 1.200 pessoas recusaram atendimento
R7
SÃO PAULO — Ao menos 13 pessoas morreram pelas baixas temperaturas na cidade de São Paulo ao longo do inverno, segundo o MEPSR-SP (Movimento Estadual das Pessoas em Situação de Rua). De acordo com a prefeitura, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social realizou 1.043.307 acolhimentos na Operação Baixas Temperaturas em 82 dias.
A ação foi antecipada este ano por causa da pandemia e as fortes ondas de frio na cidade. As abordagens a pessoas em situação de rua foram também intensificadas quando as temperaturas chegam a 13°C ou menos.; A operação deve durar até 30 de setembro.
Desde 30 de abril, segundo a prefeitura, foram mais de 14 mil encaminhamentos para Centros de Acolhida, mas 1.246 pessoas se recusaram a receber atendimento. No período, foram distribuídos mais de 13 mil cobertores.
Durante as baixas temperaturas, os clubes esportivos foram transformados em abrigos. Foram criadas 340 vagas, sendo 200 no Clube Esportivo Tietê e 140 no Clube Pelezão. Ao chegar, eles têm acesso a refeições, banheiros, kits de higiene, além de receber atendimento social e ser encaminhado para outras políticas públicas de acordo com a demanda.
Abordagens
Ao longo do dia, as abordagens são realizadas pelo SEAS (Serviço Especializado de Abordagem Social). À noite, são realizadas pela CPAS (Coordenação de Pronto Atendimento Social). A aceitação em ser levado para os Centro de Acolhidas é voluntária, e, em casos de recusa, é oferecido um cobertor.
A operação envolve as secretarias municipais de Assistência e Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Cidadania, Saúde, Segurança Urbana, Mobilidade e Transportes, Subprefeituras e Inovação e Tecnologia.
“O objetivo é zelar pela segurança e bem-estar da população em situação de rua, promovendo o acolhimento de crianças, adolescentes, adultos, idosos e famílias nos dias mais frios do ano”, informou a prefeitura em nota.
Recompensa
A Prefeitura de São Paulo estuda recompensar agentes de saúde que convencerem pessoas em situação de rua a passarem a noite em abrigos durante o inverno na cidade de São Paulo. A declaração foi dada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) na manhã de quarta-feira (21).
De acordo com ele, são 101 abrigos na cidade com mais de 24 mil vagas. O órgão municipal estuda a compensação ou pagamento por resultado dos agentes que conseguirem reverter a abordagem em estadia e, assim, melhorar o serviço de acolhimento na cidade.
Ainda não há um prazo estabelecido para a implementação do projeto, uma vez que está sendo estudado.
Na segunda-feira (19), a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo instaurou procedimento administrativo para acompanhar a elaboração, execução e o monitoramento de políticas públicas destinadas à abordagem e acolhimento de pessoas em situação de rua durante os meses de baixas temperaturas na capital.
Apoio da população
A população pode ajudar as pessoas em situação de rua solicitando uma abordagem social por meio da Central 156, que funciona 24 horas por dia. O chamado pode ser anônimo. É importante informar o endereço da via em que a pessoa em situação de rua está, citar pontos de referência, além das características físicas e vestimentas.
Desde o início da operação Baixas Temperaturas, são disponibilizados ônibus em pontos específicos do centro para transportar as pessoas até os Centros de Acolhida. Os coletivos gratuitos partem da Praça da Sé, Pateo do Collegio, Praça Princesa Isabel e Metrô Portuguesa-Tietê.