A tuneladora, que partiu do Complexo Rapadura, próximo à futura estação Guilherme Giorgi, já escavou mais de 3,5 quilômetros de túneis, conectando as estações Orfanato, Santa Clara, Anália Franco e Vila Formosa
SÃO PAULO — A expansão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, que conectará a Vila Madalena à Penha, na Zona Leste, alcançou um marco significativo com a conclusão da primeira fase de escavação de túneis pelo maior tatuzão da América Latina, conhecido como “Cora Coralina”. A obra, uma das maiores de infraestrutura da América Latina, adicionará 8,3 quilômetros de trilhos e oito novas estações, beneficiando cerca de 1,2 milhão de pessoas na região.
Progresso da Obra
A tuneladora, que partiu do Complexo Rapadura, próximo à futura estação Guilherme Giorgi, já escavou mais de 3,5 quilômetros de túneis, conectando as estações Orfanato, Santa Clara, Anália Franco e Vila Formosa. Em março de 2025, o tatuzão chegou à estação Orfanato, a última antes da conexão com o trecho operacional em Vila Prudente, atingindo 91% de conclusão na primeira fase de escavação. A máquina está agora sendo desmontada para ser remontada na estação Penha, onde iniciará a escavação das próximas estações: Santa Isabel, Guilherme Giorgi, Aricanduva e Penha.
As oito novas estações, estão em diferentes estágios de construção. A estação Orfanato é a mais avançada, com 82% de conclusão, enquanto a linha como um todo atingiu 52% de progresso, segundo o Metrô. A estação Penha será um ponto estratégico, integrando-se à Linha 3-Vermelha e à Linha 11-Coral da CPTM, formando um complexo que facilitará a mobilidade na Zona Leste.
Impactos Esperados
Com um investimento de R$ 13,4 bilhões, a expansão da Linha 2-Verde tornará o ramal o mais extenso do sistema metroviário paulista, com 23 quilômetros de Vila Madalena à Penha. A obra promete reduzir o tempo de viagem entre Vila Prudente e Penha em 35%, aliviar a superlotação da Linha 3-Vermelha em 38% e redistribuir o fluxo de passageiros em estações críticas como Sé, Brás e Luz, poupando até 120 mil transferências diárias. Além disso, a ampliação deve evitar a emissão de 41,6 mil toneladas de CO2 equivalente por ano, contribuindo para a sustentabilidade.
A estação Anália Franco, projetada com certificação LEED de sustentabilidade, destaca-se por sua eficiência ambiental. Já a estação Penha, com uma área de 35,5 mil m², será uma das mais profundas do sistema, com 55 metros de profundidade, e contará com uma nova gare para a Linha 11-Coral e uma reforma na estação existente da Linha 3-Vermelha.
Cronograma e Próximos Passos
A entrega da expansão está prevista em duas etapas: o trecho de Vila Prudente a Vila Formosa deve entrar em operação em novembro de 2027, enquanto o trecho até Penha está programado para 2028. O Metrô também planeja uma futura extensão até Guarulhos, com cinco estações (Penha de França, Tiquatira, Paulo Freire, Ponte Grande e Dutra), mas as obras desse trecho ainda estão na fase de projeto executivo, com início previsto após a conclusão do trecho até Penha.
O projeto inclui a aquisição de 22 novos trens com passagem livre entre vagões, operando com o sistema CBTC para maior eficiência. A Companhia do Metropolitano de São Paulo também criou a Central de Relacionamento Vila Formosa para atender dúvidas e impactos das obras, reforçando o diálogo com a comunidade.
Relevância para a Zona Leste
A expansão da Linha 2-Verde é um marco para a Zona Leste, uma das regiões mais populosas de São Paulo. Além de melhorar a mobilidade, a obra deve impulsionar a economia local, com valorização imobiliária e novos investimentos comerciais. Moradores e comerciantes da região, que aguardam a conclusão há anos, expressam otimismo com o progresso, embora cobrem o cumprimento dos prazos.
O governador Tarcísio de Freitas destacou a importância da obra: “Essa expansão vai transformar a vida de quem mora na Zona Leste, reduzindo o tempo de deslocamento e integrando melhor a região ao sistema metroviário.”
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